sexta-feira, 26 de março de 2010

Sobre vegetais...

Alecrim, o ar cheirava a alecrim e cravo. Júlia sentia a grama roçando em suas costas e o sol abraçando seu rosto. Quando um repolho cai sobre sua cabeça.
Tudo escureceu, acordou horas mais tarde com o barulho de uma porta rangendo. Por mais que abrisse seus olhos não conseguia enxergar, estava tudo escuro e úmido. Sentia um leve enjôo devido ao cheiro de esgoto.
Quando um feixe de luz cegou seus olhos, foi levada para outra sala, seus cabelos loiros que antes eram vivos, agora estavam um pouco viscosos. Largaram-na num sofá empoeirado e um cara estranho de cartola apareceu.
O chapeleiro maluco era chefe da máfia local e ela tinha sido escolhida para ser espiã numa missão desencadeada em meio às ruínas de Machu Picho, precisava achar a coluna vetebral de um antigo guerreiro que possuía poderes mágicos. E para isso ela deveria ser treinada na arte de lutas com vegetais, como: lançamentos de repolho, perfurações com cenoura, arremesso de chuchu e luta com milho verde.
Nesse exato momento abre-se um vórtice temporal e ela é sugada para uma outra dimensão, uma terra de duendes e lá o Mestre dos Magos a convoca a fim de lutar contra a autonomia das lebres siberianas, mas aí ela disse que não gostava de joelho de porco na feijoada.
(continua...

Ou não)

quarta-feira, 17 de março de 2010

um rapaz esguio...

Um rapaz esguio, um certo ar de reclusão pairava sobre ele. Gabriele o observava a certa distancia. Algo nele a atraia de maneira inexplicável. Aquele de negro pairava sobre sua cabeça, indo e vindo no seu pensamento. Ela estava febril e delirava constantemente. Ninguém em volta do seu leito sabia por quem ela chamava.
Marcas estranhas no seu pescoço denunciavam alguma anormalidade. Entretanto poucos se importavam, ela não tinha pais, toda sua vidinha de 20 anos passou num abrigo. Não tinha perspectivas, garotas sem família na sua cidade não serviam pra nada, quer dizer quase nada.
A moçoila possuía uma beleza inigualável, embora estivesse sempre em trapos. Grandes olhos negros, nariz afinado e cabelos castanhos que brilhavam no sol. Era comum que senhores respeitados a procurassem.
Mas com aquele guri pálido tinha sido diferente, ele possuía um magnetismo muito forte, e ela em seu sonho, lembrava-se de pouca coisa da noite anterior, só que após uns copos de vinho com ele resolveram dar uma volta pela cidade, incrível ele usava uma capa a noite, aí sentiu uma dor no pescoço e só voltou a si no hospital.
Quando todos saíram daquele quarto, separado por lençóis velhos e levemente esfiapados dos outros, já era noite. A janela abriu e um ar gélido entrou. Uma sobra se inclinou para dentro do recinto, era Ele. Ele se aproximou de Gabriele abraçou-a e um feixe de luz cobriu os dois. O vampiro e a garota forma abduzidos por amigos intergaláticos deles...
siiim entrei na onda :S

domingo, 7 de março de 2010

sem título

Gaivotas e ondas, era o que Micaelle ouviu quando acordou, logo pensou que fosse sua mãe com mais um cd de sons da natureza chatos. Entretanto ela não estava em casa, e o chão balançava, sentiu-se enjoada. Pensou estar no Peru, mas não era um tremor no quarto. Levantou foi em direção a porta.
A porta estava trancada, sim havia algo errado, tentou lembrar-se da noite anterior, mas só o que vinha a sua mente era: Rebolation, rebolation! Rebolation rebolation!
Sim havia muita coisa errada, não estava em casa, o quarto balançava, e tinha uma música podre tocando em sua cabeça! Deve ser um sonho, ou melhor, um pesadelo pensou Micaelle. Mas não era.
Ela se olhou no espelho, estava completamente vestida, embora suja é claro. Mas como diabos estava vestida ridiculamente? Sim ela estava de saia jeans e botas acima do joelho com uma blusa de renda!
O que está acontecendo, pensava a moçoila. Até que passos fortes ecoaram no corredor, e barulho de esporas seguido de uivos e cacarejos. Micaelle? A voz soou como uma taquara rachada. Paralisada ela não conseguia nem respirar direito.
Micaelle? Responde, tu não vai tratar as galinhas? Dizia a voz novamente.
Enfim encorajada ela respondeu, mas ao abrir a boca, não foram as palavras que tinha imaginado que saíram e sim: hey hey hey, quem tu é pra falar assim comigo? Quem manda nessa porra afinal?
A porta se abriu, atrás dela apareceu uma silueta vermelha e gordinha, a luz bateu em seu rosto, era Noel, Papai Noel.
Cheiro de pólvora e gasolina, tudo explodiu. Seus olhos ardiam de calor. Em sua boca sentia gosto de limão, açúcar e cachaça. Estava frio, sentiu um liquido morno em seu rosto, uma mão a puxa.
Sutil como um elefante, Jorge fala aos berros: -Micaelle! Já te falei pra não beber e cair na sarjeta! Quantas vezes vou ter que te dizer isso em mulher? 80 anos na cara e ainda não consegue se controlar? Na próxima te mando prum asilo!