sábado, 22 de maio de 2010

Uma história inacabada. Parte II

Clarissa sentia sua cabeça estourando e a boca seca, no ar um cheiro de éter. Uma luz tênue vinha da pequena janela do canto direito do quarto, as paredes eram encardidas e amareladas e o chão duro e frio, pequenos cristais de gelo se amontoavam perto da coberta de lã, e ela estava sem seu precioso rum.
Foi aos poucos tentado ficar em pé, apoiando-se nas paredes imundas sentia seus cabelos em cachos emaranhados atrapalhando sua visão, suas mãos pequenas e delicadas estavam amarradas com um pedaço tosco de corda que estava machucando seus pulsos. Jogou a cabeça pra trás na ânsia de enxergar melhor e se viu novamente no chão. A porta de madeira apodrecida se abre.
(...)
Yuri estava saindo do correio, acabara de mandar alguns postais para Clarissa, juntamente com uma carta explicando que demoraria mais um mês para voltar a São Petersburgo. Todos os lugares que havia visitado deixaram nele uma sensação incrível de liberdade, havia conhecido muitas garotas, e isso estava o encorajando a se declarar.
Cada vez que se lembrava dela, seus olhos verdes brilhavam, e assim que os fechava a visualizava sorrindo com aquelas covinhas nas bochechas, e lembrava-se dos bares que freqüentavam.
Ele tinha um longo caminho à frente para explorar, sobrevoaria todas as planícies do sul, e depois voltaria pela costa leste, passaria pela Sibéria para então voltar a sua cidade, sim um mês era pouco, mas conseguiria. E se não conseguisse voltaria igual, e convidaria Clarissa para acompanhá-lo. Sentiu um aperto no peito ao penar nela, estaria algo ruim acontecendo à ela? Não- pensou ele – ela sabe se cuidar muito bem, aqueles gângsters não teriam tamanha audácia...
Continua.

p.s. a principio a história terá 5 partes, mas não garanto um enredo bom, ou menos doce, ou menos bobo, nem um final parecido com os da caixa, enfim talvez eu enjoe antes e dê um final maluco para Clarissa e Yuri, ou mate os dois muahahá...

domingo, 16 de maio de 2010

Uma história inacabada.

Cof cof cof cof... Era o barulho que se ouvia incessantemente do apartamento vizinho. Clarissa caminhou pela sala de estar, a lareira estava em brasas e era muito frio. Sentiu uma vontade de tomar rum, foi à cozinha, o tapete felpudo acariciava seus pés. Enquanto abria a garrafa, observava a bela paisagem russa pela janela, aah São Petersburgo é mesmo linda.Um cheiro de incenso e fumaça tomou conta do local, ela sentiu suas pernas bambearem e o chão sumir debaixo de seus pés.
(...)
O sol cegava seus olhos, e sua boca estava seca, o vento cortante da Rússia mesmo no verão é horrível de se sentir, Yuri se aproximava do lago Baikal. As águas do lago estavam excepcionalmente bonitas, ele abre sua mochila e tira sua câmera, tenta achar o melhor ângulo. Ele queria mandar uma bela foto para sua amiga Clarissa, era uma forma singela de demonstrar a ela, que significava muito para ele.
Sua viagem havia se estendido mais que previra, o sul sempre o chamara, tinha algo naquele lugar que o prendia. Em sua mala várias lembranças, alguns amuletos xamãs, etc. Em seu walkman tocava um velho rock ‘n roll, tirava os cabelos negros caídos no rosto, ela tinha razão ele ficava melhor com cabelos mais compridos.



Continua...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

era só um café...

Galopes, Beatriz ouvia galopes ao longe. Mas ela só queria um café, porém café não havia em casa. E de súbito uma vontade de fugir de apoderou dela. Abriu o armário para as roupas por na mala, porém lá ao fundo uma gaveta chamava a sua atenção, tocou-a e se viu em uma floresta.
Unicórnios furta-cores saíam de seus abrigos de cogumelos, uma cantiga de ninar ecoava ao fundo, uma ninfa apareceu e bateu palmas, a musica cessou, e uma vitrola surgiu do chão de terra úmida e preta. Era de madeira e muito antiga, o disco de vinil tocava a seguinte faixa: eu acredito em fantasmas, e mula sem cabeça, negrinho do pastoreio e boitatá tatatá. A Medusa aparece-lhe com uma polar na mão, e paulatinamente os demais deuses do Olimpio, e começam a dançar o maçanico. Bia começa a rodar no ritmo e ao olhar para o chão percebe que está voando.
Estrelas e morcegos a envolvem na doce sinfonia. Subitamente desfaz-se a maravilhosa sensação, Beatriz está congelada, olha para cima e vê uma aranha imensa e prateada descendo a teia brilhante e pegajosa em sua direção. O aracnídeo chega bem próximo de Bia e fala: Patinhos verdes não podem voar, pois eles são verdes, e não um helicóptero azul calcinha.
Um hipopótamo alado e lilás cai e rasga a teia libertando Beatriz, que ao cair leva a mão ao bolso, do qual sai um duende falando: é estamos num lugar do caralho!
Uma dor na cabeça, e um clarão aos olhos, Bia acorda com sua irmã aos berros, olha para a janela e vê seu prédio do alto, estava em um disco voador.
Em uma nota no canto de um jornal qualquer a noticia: Jovem encontrada presa num armário repleto de fungos é levada ao hospital delirando. Ele diz ter sido abduzida enquanto fugia de casa, porque deus não queria que ela se perdesse nas drogas.




PS. O blog ficou mais bonito êee |o° graças ao moço caridoso que eu citei no post abaixo, continua achando que deve-se visitar o blog dele ;D