quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sonhos...

Flutuava, Ela planava doce sem tocar os pés no chão, com um ar sobrenatural. Ele a olhava hipnotizado pelo brilho de seus olhos negros, e a cada movimento dela George sentia um arrepio percorrer-lhe o corpo todo, se encontrava num estado de leve torpor, como quando tinha bebido pela primeira vez.
Assim que soaram os últimos acordes e os dançarinos começaram a descer pela escada secundária do teatro, George num salto correu aos trancos e barrancos tropeçando nas sobras de tecido de sua calça boca de sino. Chegou até Ela, quase a derrubou, tinha ensaiado o que iria lhe falar durante toda a apresentação, mas ao ver seu rosto congelou.
Ficou por horas parado até que gentilmente foi convidado para se retirar, ele ainda sentia o perfume dela no ar. Saiu atordoado tentando chegar em casa. Chegou, entrou no elevador e foi ao décimo andar, enquanto subia os andares só conseguia pensar nela.
O elevador parou, George foi as cegas até o fim do corredor, na porta o espelho, nele o rosto refletido, uma face clara, olheiras profundas, cabelos compridos e loiros caindo desajeitadamente encima do nariz, olhos verdes atrás do óculos de lentes azuis, eram tristes e deles caiam lagrimas.
Um estrondo, uma dor na cabeça, o carpete molhado, a voz de Justine vinha da cozinha: -Vô! denovo?
- mas minha neta querida, tava lembrando do dia que conheci sua vó, tu sabe que me emociono!
-pôxa vô, precisa fazer xixi quando cai da cama?

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